Considerando o cangaço como um movimento social que pode ser interpretado de diversas maneiras, o presente trabalho busca apresentar a perspectiva de que o fenômeno do cangaço foi possível apenas devido à organização fundiária do Brasil. As dimensões continentais do país, assim como a incapacidade do Governo Federal de estender sua jurisdição aos quatro cantos do Brasil, fortaleceram os poderes locais, criando ou possibilitando a ascensão dos coronéis, que utilizando sua influência e seus recursos para formar focos de poder privado no interior, concentraram a terra e repartiram o interior do Nordeste para si, dada a distância do Poder Estatal. Mesmo a partir da experiência colonial brasileira, é possível traçar aspectos importantes para o presente estudo, como por exemplo a grande preocupação da metrópole para com a arrecadação de impostos, visto que as propriedades rurais mais afastadas não rendiam tanto quanto os grandes centros comerciais, o poder central afastou sua própria jurisdição por questões econômicas, fortalecendo o mandonismo local e concentrando poder em mãos privadas, que além de monopolizar a terra, monopolizou o poder político e consequentemente a ascensão social e diversos aspectos da vida em geral. As principais metodologias utilizadas foram a revisão bibliográfica, tanto de clássicos da historiografia brasileira, quanto de obras especializadas no cangaço em si, utilizando tanto obras clássicas, quanto interpretações modernas do referido fenômeno, assim como a análise de normas jurídicas consideradas relevantes para a análise em questão, como a Lei de Terras de 1850, que mesmo sendo muito anterior ao período aqui estudado, teve impacto fundamental nos processos ocorridos. A partir de tais leituras, foi possível constar a grande importância do fator local, visto que o Nordeste brasileiro reunia várias das condições necessárias para a germinação de um movimento de resistência como o Cangaço.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas